A ansiedade é uma resposta natural ao estresse, mas quando se torna persistente, pode impactar significativamente a vida diária.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking de países com maior prevalência de transtornos de ansiedade, afetando cerca de 9,3% da população. Essa alta taxa é atribuída a diversos fatores socioeconômicos e culturais presentes no país.
Mas afinal, o que é Ansiedade?
De acordo com o DSM-5, a Associação Americana de Psiquiatria define os Transtornos de Ansiedade como condições que incluem medo e ansiedade excessivos, além de perturbações comportamentais. Ela pode ser caracterizada por sentimentos de tensão, preocupação e mudanças físicas, como aumento da frequência cardíaca. Embora todos experimentem ansiedade em algum momento, para muitos, ela pode se tornar debilitante.
A ansiedade pode resultar de uma combinação de fatores:
- Genética: Estudos indicam que a ansiedade pode ser hereditária (Hettema, Neale, & Kendler, 2001).
- Química Cerebral: Desequilíbrios nos neurotransmissores, como a serotonina, estão associados à ansiedade (Nutt, 2001).
- Fatores Ambientais: Eventos traumáticos e/ou estressantes podem desencadear, ou intensificar a ansiedade.
- Saúde Física: Condições médicas, como problemas cardíacos, podem estar ligadas à ansiedade.
Sintomas Comuns
A ansiedade é frequentemente associada a sintomas bem conhecidos, como palpitações, sudorese, tremores, fadiga, preocupação excessiva, dificuldade de concentração. No entanto, ela também pode se manifestar de maneiras menos óbvias, que muitas vezes passam despercebidas. Aqui estão alguns sintomas menos conhecidos da ansiedade:
🔵 Problemas digestivos: Dores de estômago, náuseas, síndrome do intestino irritável (SII) e alterações nos hábitos intestinais.
🔵 Dores musculares e tensão: A tensão constante pode levar a dores musculares, especialmente no pescoço, ombros e costas.
🔵 Fadiga crônica: Sentir-se constantemente cansado ou exausto, mesmo após uma boa noite de sono, pode ser um sinal de ansiedade.
🔵 Dificuldades de concentração: A ansiedade pode tornar difícil focar ou lembrar informações, levando a lapsos de memória ou dificuldade em concluir tarefas.
🔵 Sensação de despersonalização: Algumas pessoas experimentam uma sensação de estar desconectadas de si mesmas ou de seu ambiente, como se estivessem observando a si mesmas de fora.
🔵 Mudanças no apetite: A ansiedade pode causar perda de apetite ou, em alguns casos, aumento do apetite e compulsão alimentar.
🔵Erupções cutâneas e coceira: O estresse e a ansiedade podem se manifestar na pele, causando erupções cutâneas, coceira ou agravamento de condições como eczema.
🔵 Sensação de nó na garganta: Conhecida como “globo faríngeo”, essa sensação de aperto na garganta é um sintoma físico comum de ansiedade.
🔵 Aumento da sensibilidade a sons e luzes: Algumas pessoas com ansiedade relatam sentir-se facilmente sobrecarregadas por estímulos sensoriais, como sons altos ou luzes brilhantes.
🔵 Padrões de sono irregulares: Além da insônia, a ansiedade pode causar sonhos vívidos ou pesadelos, bem como acordar frequentemente durante a noite.
Esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa e podem ser confundidos com outras condições médicas. Se você ou alguém que conhece está experimentando esses sintomas, é importante considerar a possibilidade de ansiedade como uma causa subjacente e procurar orientação de um profissional de saúde.
Crise de ansiedade ou ataque de pânico? Como diferenciar?
Crises de ansiedade e ataques de pânico são termos frequentemente usados de forma intercambiável, mas eles descrevem experiências diferentes. Entender suas distinções pode ajudar na identificação e no tratamento adequado. Aqui estão as principais diferenças:
🟣 Ansiedade: É uma resposta natural ao estresse e pode ser benéfica em situações de perigo, preparando o corpo para reagir. No entanto, quando a ansiedade se torna excessiva e interfere na vida diária, pode ser considerada um transtorno de ansiedade. As pessoas com ansiedade podem sentir-se constantemente preocupadas ou tensas, mesmo sem um motivo claro.
🟣 Pânico: Os ataques de pânico são episódios súbitos e intensos de medo extremo que podem ocorrer sem aviso. Durante um ataque de pânico, a pessoa pode sentir uma sensação avassaladora de terror, acompanhada de sintomas físicos intensos. Esses ataques podem ser tão severos que a pessoa pode sentir como se estivesse tendo um ataque cardíaco ou morrendo.
Estratégias para Gerenciar a Ansiedade
⚫ Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Considerada eficaz para tratar a ansiedade, ajudando a modificar padrões de pensamento negativos (Hofmann et al., 2012).
⚫ Medicação: Antidepressivos e ansiolíticos são comumente prescritos para tratar a ansiedade (Baldwin et al., 2011).
⚫ Exercícios de Relaxamento: Técnicas como meditação e respiração profunda podem reduzir sintomas de ansiedade (Chen et al., 2012).
⚫ Atividade Física Regular: O exercício libera endorfinas, melhorando o humor e reduzindo a ansiedade (Anderson & Shivakumar, 2013).
⚫ Estilo de Vida Saudável: Manter uma dieta equilibrada, dormir bem e evitar cafeína e álcool pode ajudar a controlar a ansiedade.
⚫ Mindfulness: Praticar a atenção plena ajuda a focar no presente e a reduzir a preocupação com o futuro (Kabat-Zinn, 1990).
Quando Procurar Ajuda
A ansiedade é uma condição comum no Brasil, mas com estratégias adequadas, é possível gerenciá-la e melhorar a qualidade de vida. Compreender suas causas e sintomas é o primeiro passo para encontrar o tratamento mais eficaz. Se você ou alguém que conhece está lutando contra a ansiedade, não hesite em buscar ajuda. Psicólogos e psiquiatras podem oferecer suporte e tratamento adequado.
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Referências:
- Hettema, J. M., Neale, M. C., & Kendler, K. S. (2001). A review and meta-analysis of the genetic epidemiology of anxiety disorders. American Journal of Psychiatry, 158(10), 1568-1578.
- Nutt, D. J. (2001). Neurobiological mechanisms in generalized anxiety disorder. Journal of Clinical Psychiatry, 62(11), 22-27.
- Hofmann, S. G., Asnaani, A., Vonk, I. J., Sawyer, A. T., & Fang, A. (2012). The efficacy of cognitive behavioral therapy: A review of meta-analyses. Cognitive Therapy and Research, 36(5), 427-440.
- Baldwin, D. S., Anderson, I. M., Nutt, D. J., Bandelow, B., Bond, A., Davidson, J. R., … & Wittchen, H. U. (2011). Evidence-based pharmacological treatment of anxiety disorders, post-traumatic stress disorder and obsessive-compulsive disorder: A revision of the 2005 guidelines from the British Association for Psychopharmacology. Journal of Psychopharmacology, 25(4), 567-620.
- Chen, K. W., Berger, C. C., Manheimer, E., Forde, D., Magidson, J., Dachman, L., & Lejuez, C. W. (2012). Meditative therapies for reducing anxiety: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Depression and Anxiety, 29(7), 545-562.
- Anderson, E., & Shivakumar, G. (2013). Effects of exercise and physical activity on anxiety. Frontiers in Psychiatry, 4, 27.
- Kabat-Zinn, J. (1990). Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain, and Illness. Delta.